Amo História. Talvez seja a área do saber que mais me fascina. Lembro das aulas de História nas primeiras séries. Os assuntos eram tratados de forma bem genérica, sem profundidade, o que é compreensível, pois a criança não tem ainda maturidade para lidar com a complexidade dos fatos históricos.
Adorei quando estudei sobre o feudalismo. Robin Hood, Lancelot, Coração Valente ganharam um novo significado para mim quando comecei a entender o contexto desses filmes que me fascinavam.
As narrativas fantasiosas, que tornam esses filmes tão empolgantes, favorecem o desenvolvimento da noção de tempo e das diferentes épocas históricas. Gladiador, por exemplo, com todas as referencias à antiguidade clássica, possibilita uma noção dessa época. Saber separar a realidade da fantasia é uma habilidade normal do ser humano. É inato transitar entre essas instâncias. A fantasia dos filmes nos coloca em contato com a realidade. E sabemos distinguir uma coisa da outra.
No título desse texto mencionei “Livros e Filmes”, mas confesso que não lembro, de imediato, algum livro de ficção que tenha me ajudado a compreender momentos da História, mas, com certeza, este é um dos objetivos do livro que escrevi.
Tentei passar minha experiência como espectador e amante de muitos filmes de época para que esses meus primeiros livros despertem na criança o amor pela História da humanidade.
Meu primeiro livro, “Juliano Jonas e o Olho de Atena: Uma Aventura na Grécia”, é ambientado no presente, mas a criança tem contato com o passado. A trama se desenrola na Grécia, uma região repleta de história, berço das sociedades ocidentais.
A rica mitologia grega, a história e a filosofia se apresentam na figura da deusa Atena, no templo de Poseidon, na aparição de Ciclope – o monstro de um olho só -, na Ágora, onde os personagens principais conversam sobre o que acontecia nesse centro do debate público na Atenas da antiguidade.
A geografia e até a geopolítica também fazem parte da trama.
Esse texto foi, principalmente, para mostrar a importância da arte para a formação cultural do indivíduo. As manifestações artísticas não se limitam à abstração e ao estímulo da imaginação. Elas informam sobre o concreto, tais como costumes, sistemas econômicos, modos de governo, tramas políticas, guerras.
Estimular as crianças a consumirem arte de um modo geral, e trabalhar nelas o senso crítico através da escola e da educação em casa, é muito importante e faz com que a criança desenvolva um amor por aprender. Quando ela não enxerga o aprendizado como uma obrigação e sim como uma espécie de brincadeira ou até passatempo, cria-se um hábito sem perceber. E quando vemos, já se tornou uma pessoa crítica e apaixonada pela sabedoria.